Agrotóxicos causam sérios danos na população Argentina

Natacha Pisarenko / Associated Press

O trabalho de Tomasi era manter os aviões agrícolas voando e rapidamente enchendo seus tanques , mas ele diz que nunca foi treinado para lidar com pesticidas. Agora, ele está perto da morte por polineuropatia . " Eu preparei milhões de litros de veneno sem qualquer tipo de proteção, sem luvas , máscaras e roupas especiais . Eu não sabia de nada . Eu só soube depois o que ele fizeram, só depois de entrar em contato com os cientistas " , disse ele.


BASAVILBASO , Argentina - camponês argentino Fabian Tomasi não foi treinado para usar equipamentos de proteção enquanto ele bombeava pesticidas em aviões agrícolas . Agora, aos 47 anos, ele é um esqueleto vivo .

A Professora Andrea Druetta vive em uma cidade onde é ilegal a pulverização de agrotóxicos num raio de 500 metros ( 550 jardas) de casas , mas ainda assim a soja é plantada há apenas a 30 metros (33 metros ) de sua porta dos fundos. Recentemente, os garotos foram mergulhados em produtos químicos ao nadar em sua piscina no quintal .

A busca de Sofia Gatica por respostas depois de perder seu recém-nascido por insuficiência renal levou a primeira condenação penal na Argentina, contra a pulverização ilegal no ano passado. Mas 80 por cento das crianças vizinhas pesquisadas carregam pesticidas no sangue.

A Biotecnologia americana transformou a Argentina no terceiro maior produtor de soja do mundo , mas as substâncias que alimentam o boom não se limitam à soja e algodão e campos de milho . A Associated Press documentou dezenas de casos em que esses venenos são usados, e ​​de maneiras especificamente proibidas pela legislação vigente .



Agora os médicos estão alertando que o uso descontrolado de agrotóxicos pode ser a causa de crescentes problemas de saúde entre os 12 milhões de pessoas que vivem no grande cinturão agrícola do país sul- americano .

Na província de Santa Fe , o coração da indústria de soja da Argentina, as taxas de câncer são duas vezes a quatro vezes superior à média nacional. No Chaco, província mais pobre do país , as crianças tornaram-se quatro vezes mais propensas a nascer com defeitos congênitos devastadores na década em que a biotecnologia agrícola industrial expandiu-se dramaticamente .



"A mudança na forma como a agricultura é produzida trouxe , francamente, uma mudança no perfil de doenças ", diz o Dr. Medardo Avila Vazquez, um pediatra entre os médicos de cidades contaminadas. " Passamos de uma população muito saudável para uma com um alto índice de câncer, defeitos congênitos e doenças raramente vistas antes. "

Uma vez conhecida por sua carne alimentada com capim , Argentina sofreu uma transformação notável desde 1996, quando a Monsanto Company, baseada em St. Louis, comercializou um novo modelo promissor das colheitas mais elevadas e menos pesticidas através de suas sementes patenteadas e de produtos químicos.

Hoje em dia, toda soja da Argentina e quase todo o seu milho, trigo e algodão são geneticamente modificados . Cultivo de soja triplicou para 47 milhões de hectares ( 19 milhões de hectares) , e, assim como nos EUA, o gado é agora engordado em confinamento em milho e soja.



Mas, como as ervas daninhas e insetos tornaram-se resistentes , os agricultores aumentaram a carga química, a partir de 9 milhões de galões ( 34 milhões de litros) em 1990 para mais de 84 milhões de galões ( 317 milhões de litros) de hoje. Em geral , os agricultores argentinos aplicam um número estimado de 4,3 quilos de concentrado de agrotóxicos por hectare , mais que o dobro do que o uso dos agricultores dos EUA, de acordo com uma análise AP de dados do governo e da indústria de pesticidas .

Pesticidas " Roundup " da Monsanto usam o glifosato , um dos mais amplamente aplicados e menos tóxico herbicidas do mundo. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA e muitas outras declarou ser seguro, se aplicado corretamente. Em maio, a EPA ainda aumentou os resíduos permitidos de glifosato sobre os alimentos.

A proposta que permitiria que os militares dos EUA para manter bases fundamentais e as tropas no Afeganistão depois de 2014 .

Uma lei federal exige que os aplicadores de produtos químicos tóxicos devem suspender as atividades que ameaçam a saúde pública ", mesmo quando a ligação não for cientificamente comprovada ", e " não importa o custo ou as conseqüências ", mas nunca foi aplicada à agricultura , segundo o Auditor Geral encontrado ano passado.

Em resposta às queixas crescentes , a presidente Cristina Fernández ordenou uma comissão em 2009 para estudar o impacto da pulverização de agrotóxicos sobre a saúde humana . O relatório inicial chamado de " controles sistemáticos sobre as concentrações de herbicidas e seus compostos ... em exaustivos estudos de laboratório e de campo envolvendo formulações contendo glifosato , bem como suas interações com outros agroquímicos e em como eles são realmente utilizados no nosso país " .

Mas a comissão não se reúne desde 2010, diz o auditor geral.

Secretário da Agricultura, Lorenzo Basso disse que as pessoas estão sendo mal informadas.



"Eu já vi inúmeros documentos , pesquisas , vídeos , artigos nas notícias e nas universidades , e realmente os nossos cidadãos que lêem tudo isso acabam tontos e confusos ", disse ele . " Nosso modelo, como uma nação exportadora, tem sido questionada . Precisamos defender o nosso modelo ".

Em uma declaração por escrito , porta-voz da Monsanto Thomas Helscher disse que a empresa " não tolera o uso indevido de pesticidas ou a violação de qualquer lei de pesticidas , regulamento ou decisão judicial ".

"A Monsanto tem produtos sérios e nós nos comunicamos regularmente com nossos clientes sobre seu uso adequado ", disse Helscher .

Argentina foi um dos primeiros a adotar o " plantio direto " método do EUA de agronegócio promovido. Em vez de transformar o solo , pulverização de pesticidas , e depois esperar até que o veneno se dissipa antes do plantio , os agricultores semeam e depois pulverizam sem prejudicar " Roundup Ready " em culturas geneticamente modificadas para tolerar venenos específicos. Os agricultores podem agora colher várias culturas a cada ano em um terreno que não era rentável antes.



Mas as pragas desenvolvem rapidamente resistência aos mesmos produtos químicos aplicados às culturas idênticas em grande escala , forçando os agricultores a misturar venenos mais tóxicos , como o 2,4 , D , usados ​​em " Agente Laranja " para desfolhar selvas do Vietnã . Alguns reguladores argentinos pediram etiquetas de advertência de que essas misturas devem ser limitados a " áreas rurais longe de casas e centros populacionais ", mas eles foram ignorados , diz o auditor encontrado.

" O glifosato é muito menos tóxico do que o repelente que você colocar na pele de seus filhos ", disse Pablo Vaquero , porta-voz da Monsanto , em Buenos Aires. "Dito isso, tem que haver um uso responsável e bem feito desses produtos , porque de maneira nenhuma você deve colocar repelente na boca dos filhos e nenhum aplicador ambiental deve pulverizar os campos com um trator ou pulverização de defensivos agrícolas , sem levar em conta a condições ambientais e as ameaças que se originam a partir da utilização do produto ".

A proposta que permitiria que os militares dos EUA para manter bases fundamentais e as tropas no Afeganistão depois de 2014 .

Professores em Entre Rios começou a apresentar queixas policiais este ano. Eles disseram pulverizadores não respeitou de 50 metros (55 jardas ) limites em 18 escolas , encharcando 11 classes durante a aula.

Em Santa Fe, Druetta também apresentou queixas , dizendo que seus alunos desmaiaram quando pesticidas penetraram em suas salas de aula e que a sua escola não tem água potável.

Um estudo epidemiológico casa-a- casa de 65 mil pessoas em Santa Fé , liderada pelo Dr. Damian Verzenassi na Universidade Nacional de Rosario , encontrou taxas de câncer duas vezes a quatro vezes maior que a média nacional , bem como distúrbios da tireóide , doenças respiratórias e outras aflições raramente vistas antes.

" Ele pode estar ligado aos agrotóxicos ", disse Verzenassi . " Eles fazem todos os tipos de análise para a toxicidade do primeiro ingrediente , mas nunca estudou as interações entre todos os produtos químicos que estão aplicando. "

Registros hospitalares mostram defeitos de nascimento quadruplicaram em Chaco, de 19,1 para 85,3 por 10.000 por 10.000 na década, depois que culturas geneticamente modificadas foram aprovadas . A equipe médica, então entrevistou 2.051 pessoas em seis cidades, encontrando mais doença onde as pessoas estão cercadas por fazendas .

Na aldeia agrícola de Avia Terai , 31 por cento disseram que um membro da família teve câncer , em comparação com 3 por cento na aldeia pecuária de Charadai . Eles também documentaram crianças com crânios deformados , medula espinhal expostas , cegueira e surdez , danos neurológicos e problemas de pele estranhos.

Pode ser impossível provar uma substância química específica causou a doença de um indivíduo. Mas os médicos estão cada vez mais apelando para uma pesquisa mais ampla , de longo prazo e mais independente , dizendo que os governos devem fazer a indústria provar que a carga agrícola acumulada não está tornando as pessoas doentes.

"É por isso que fazemos estudos epidemiológicos de doenças cardíacas e de fumantes e todos os tipos de coisas", disse Doug Gurian - Sherman, um ex- regulador EPA agora com a Union of Concerned Scientists . "Se você tem o peso de evidências que apontam para graves problemas de saúde , você não precisa esperar até que haja uma prova absoluta , a fim de fazer alguma coisa. "

Fonte: http://language.chinadaily.com.cn/article-144978-1.html 
Via: Fórum Anti Nova Ordem Mundial

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