sábado, 11 de janeiro de 2014

O cartão de crédito: efeito bola de neve

O Brasil já não é o que era: deixado atrás o rotulo de País "em desenvolvimento", agora pode
razoavelmente aspirar a um patamar maior.

Um dos sintomas? O cartão de credito.
Este pequeno objecto tem a capacidade de tornar realidade os nossos desejos: é só apresentar o cartão, digitar o PIN, e sair da loja com o nosso novo bem.

Nem parece quase um pagamento: não há dinheiro em toda a operação, só o terminal do banco e o sorriso do funcionário enquanto embrulha a compra.

Dito de outra forma: o cartão de crédito é um armadilha letal, que bem pode arruinar a nossa economia domestica e as nossas vidas com ela.
Dois são os factores que contribuem para isso:

  • a sensação de "não gastar dinheiro", como vimos
  • e os juros.
Sobretudo estes últimos representam o perigo maior.
No acto da compra há os juros sobre o empréstimo (o banco não dá dinheiro "de graça"): na verdade, um bem adquirido com um cartão custa invariavelmente mais do que o mesmo adquirido com dinheiro vivo.
Ao preço da loja é preciso acrescentar o valor dos juros que são cobrados pela instituição financeira: o montante antecipado pelo banco costuma ser devolvido em "cómodas" prestações, assim parece "pesar" menos.

Depois há os juros no caso da nossa conta ir para "o vermelho", isso é: acaba-se o dinheiro e o banco, em vez que fechar a torneira, continua a conceder empréstimos. Mas desta vez os juros pagos sobre este "dinheiro extra" costumam ser muito elevados, muito mais daqueles aplicados. Sobretudo se numa família houver mais do que um cartão, os resultados podem ser dramáticos: pagar as contas do banco pode tornar-se impossível.


Crédito & Dívida

Em Natal, mais da metade (24,8%) dos brasileiros endividados (43,3%) apontam o cartão de crédito
como causa do seu endividamento, segundo uma pesquisa realizada nos últimos tempos pelo Serviço de Proteção ao Crédito do RN.

Um levantamento realizado no banco de dados do Banco Central ajuda a explicar porque o total de pessoas com dívidas no cartão chega a ser até quatro vezes maior que o total de brasileiros com dívidas no carnê - segunda maior causa de endividamento - no País.

Apesar de ter as taxas de juros mais altas do mercado, o rotativo do cartão de crédito (quando se paga o mínimo e financia o restante da dívida no cartão) foi a segunda "modalidade de crédito" mais utilizadas pelos brasileiros em Setembro desse ano, dado mais recente fornecido.
O rotativo só ficou atrás do cheque especial, em termos de valor emprestado através de novas operações. A preferência pelo cartão de crédito é uma das razões para a taxa de inadimplência no Rio Grande do Norte entre Janeiro e Outubro desse ano ter atingido 17,4%, a maior para o período desde 2010, diz o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal e diretor do SPC no estado, Augusto Vaz:

O rotativo do cartão é um trampolim para a inadimplência.
A explicação por trás da preferência dos brasileiros, apesar das altas taxas de juros, está na facilidade com a qual se "acessa" a esta modalidade de crédito, diz Vinício de Souza e Almeida, doutor em Finanças pela Coppead/UFRJ, professor adjunto no Departamento de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e coordenador do programa de especialização em mercado de capitais da universidade. A concessão é menos restritiva.

Toda esta facilidade, no entanto, tem um preço. Enquanto as taxas de juros de um empréstimo consignado (modalidade com taxas mais baixas) giram em torno de 2% ao mês, as do cartão de crédito podem ultrapassar 14% ao mês.

Uma ferramenta recém-lançada pelo Banco Central mostra quanto "pesa" pagar o mínimo do cartão de crédito. Segundo a Calculadora do Cidadão, disponível no site do Banco Central, uma dívida contraída no cartão chega a mais do que dobrar em poucos meses, tornando-se muito maior do que se tivesse sido contraída através do cheque especial, crédito pessoal ou consignado, com taxas de juros menores.


Seis conselhos

Conselhos? Na verdade não existem conselhos "mágicos": como em todas as coisas, é necessário usar o cérebro.

1. Acompanhar os movimentos do cartão de crédito

Parece uma coisa óbvia. Mas se fosse tão óbvia, haveria muitos menos problemas...

Em caso dum orçamento limitado, é preciso repartir de forma mais eficaz possível as despesas. Para isso é importante controlar os pagamentos feitos com o cartão de crédito, consultar periodicamente o saldo do cartão para ter uma noção do ‘plafond’ usado.
"Quanto" periodicamente? Depende do uso que costumamos fazer do cartão. No geral, não menos de que uma vez por semana: é sempre necessário ter uma ideia do dinheiro disponível para poder enfrentar novas despesas.

Além disso, é conveniente que guardar todos os talões dos pagamentos realizados com o cartão de crédito até receber o extracto mensal, para confirmar que todos os movimentos incluídos no extracto estejam correctos. Os bancos erram também. E não costumam errar em prol do cliente...

2. Pesquisar bem antes comprar

Obviamente, este conselho é válido tanto para quem opta por fazer o pagamento das compras com o cartão de crédito quanto por quem escolha qualquer outro meio de pagamento. Existem vários sites na internet que permitem comparar os preços de um mesmo produto, seja ele um livro, um telemóvel, um televisor, um produto informático, um brinquedo ou uma peça de roupa. A poupança que é possível obter é considerável.

Antes de proceder à compra, faça um simples cálculo: some o valor dos juros ao preço do bem. Desta forma terá uma ideia precisa de quanto irá gastar. Não há maneira de pagar com dinheiro vivo? É preciso comprar mesmo agora? E que tal poupar uns mesitos para poder pagar com dinheiro vivo (e se calhar pedir um desconto na loja) mais tarde? É bom lembrar: com o cartão o mesmo artigo custará sempre mais.

3. Ter alguns cuidados de segurança com as compras online

Há cada vez mais consumidores a optarem por fazer as compras pela internet.
É cómodo? Sim, muito. É seguro? No geral sim, é seguro. Claro, temos que ter um mínimo de atenção. Duas regras básicas:

  1. não efectuar compras se o endereço do site não começar por "https://". É suficiente espreitar a barra dos endereços do nosso navegador: se o site começar com um simples "http://" (sem "s"), nada de compra.
  2. nunca fornecer indicações acerca do nosso cartão via e-mail, mesmo que este seja solicitado por uma entidade qualquer. Os bancos nunca contactam, por mail ou por telefone, os seus clientes para solicitar dados desta natureza.
4. Analise das anuidades e dos juros associados

Há muitos bancos. E não temos a certeza de que o nosso seja o melhor (ou o "menos pior"...). No interior do mesmo banco, depois, há várias ofertas disponíveis. Por isso, boa ideia é  de vez em quando consultar a página internet do nosso banco para espreitar quais as novidades. E já que ligámos internet, vamos espreitar também a concorrência, que não faz mal.

Por norma os cartões das gamas inferiores (tipo Classic ou outra denominação) apresentam anuidades mais baixas face aos cartões da modalidade Gold. Depois é preciso lembrar que em muitos casos a primeira anuidade é gratuita, mas também existem cartões de crédito que isentam o pagamento deste encargo nos anos seguintes. Além deste encargo, outro factor que deverá ter em atenção está relacionado com os juros associados ao cartão. Este critério é particularmente importante para quem optar pela devolução faseada dos pagamentos efectuados com o cartão de crédito.

5. Aproveite todas as vantagens associadas ao cartão

Além da possibilidade de ter acesso a uma linha de financiamento, os cartões de crédito podem disponibilizar uma série de outras vantagens que muitas vezes os consumidores desconhecem. A generalidade dos cartões de crédito tem um pacote de seguros associados (como assistência em viagem e acidentes pessoais).

Além disso, muitos cartões de crédito têm a modalidade de cash-back: com isso,  banco devolve na conta uma parcela do valor realizado em compras feitas com o cartão de crédito. Há também alguns cartões que prevêem a "modalidade de arredondamento": perante uma compra no valor de 79,02 Euros, o valor da compra poderá ser arredondado para os 80 Euros, sendo que os restantes 98 cêntimos revertem automaticamente para a conta poupança.


6. Um cartão poderá ser suficiente

O cartão de crédito poderá ser uma ferramenta financeira preciosa para a ajudar a gerir o orçamento domestico; ou pode tornar-se o pior dos pesadelos. Tudo depende da forma como é utilizado. Para evitar a acumulação das dívidas é aconselhável ter só um cartão na carteira, pois poderá ser mais fácil controlar os movimentos. Se for possível pagar com dinheiro vivo, melhor não hesitar. Ou então, um cartão de crédito é mais do que suficiente.

Mas as regras mais importantes são apenas duas:

  1. escreve-se "crédito", lê-se "dívida".
  2. nunca pedir empréstimos cujas prestações sejam superiores a 30% do nosso rendimento mensal.
O risco é de desencadear um efeito "bola de neve" feito de dívidas e de mais empréstimos com os quais pagar as dívidas preexistentes. Nesta altura, sair do círculo só com os nossos rendimentos torna-se impossível.

Ipse dixit.

Referência: Informação Incorrecta
Fonte: Informarmy

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