(Fonte da imagem: Reprodução/BBC)
Muitos estudiosos encaram essa visão de tempos vindouros como algo positivo, afinal os robôs estão em desenvolvimento para que um dia possam auxiliar — e interagir com — os humanos.
Entretanto, há uma teoria de longa data que sugere uma possível reação negativa por parte da mente humana. De acordo com a hipótese do professor Masahiro Mori, essa verossimilhança dos robôs pode provocar estranheza às pessoas.
(Fonte da imagem: Divulgação/Jorge Jimenez)
Em seu primeiro esboço — na década de 1970 — sobre o assunto, Mori usou uma expressão japonesa que foi traduzida como Uncanny Valley (Vale da Estranheza). Neste artigo, vamos falar sobre os atuais estudos neste campo e se a relação entre humanos e robôs será realmente comprometida pelo medo da mente humana.
Uncanny o quê?
Agora, vamos entender o porquê do nome “Uncanny Valley”. Conforme informação do site Popular Mechanics, a proposta de Masahiro Mori é baseada em uma curva (que tem forma semelhante à de um vale) que reflete nosso senso de familiaridade com simulações e robôs.
Segundo a hipótese inicial de Mori, no futuro (que estamos vivendo) os humanos vão apresentar respostas muito positivas aos robôs. No entanto, em um determinado ponto, quando percebermos as grandes diferenças entre o real e o robótico, uma estranheza súbita provoca uma queda nessa curva da familiaridade.
(Fonte da imagem: Reprodução/NVIDIA)
Com o passar do tempo, a evolução dos robôs (ou das animações) mostra avanços suficientes para nos convencer de que estamos lidando com humanos — mesmo sabendo que são criações da robótica e da computação. Isso resulta em uma segunda reação positiva, que completa o vale da estranheza.
Evitando semelhanças
É interessante notar que alguns estúdios nunca deram muita bola para a questão da simulação gráfica e da representação de personagens. Basicamente, as empresas buscam formas simplificadas e de boa qualidade que possam representar bem os roteiros e as ideais propostas.
Contudo, ao longo dos últimos 15 anos, algumas empresas começaram a explorar mais as possibilidades tecnológicas nesta área para produzir material visual de qualidade gráfica elevada para criar animações que beiram a perfeição. O primeiro desses projetos foi realizado pela Square Pictures, a qual desenvolveu o filme “Final Fantasy: The Spirits Within”.
(Fonte da imagem: Divulgação/Quantic Dream)
Essa foi uma lição para diversos estúdios, os quais perceberam que o uso de gráficos avançados não era necessariamente uma boa ideia. Hoje, o público anseia por filmes com belíssimos visuais, nos quais as diferenças entre o virtual e o real sejam mínimas. Tal mudança de reação leva a crer que os humanos se adaptam rapidamente e corrobora a hipótese da Uncanny Valley.
De acordo com Andrew Olney, da Universidade de Memphis, o contato com os robôs pode parecer natural em um primeiro momento, mas os instintos básicos nos afastarão deles. Um androide pode ser quase idêntico a uma pessoa, porém um simples aperto de mão é suficiente para que alguém perceba que o “suposto humano” tem mão de borracha.
(Fonte da imagem: Reprodução/BBC)
Todavia, se tomarmos a hipótese da Uncanny Valley como verdade, tão logo os robôs evoluam, iremos nos adaptar novamente e sentir familiaridade com os movimentos e elementos que tentam imitar os nossos.
É curioso que não há uma conclusão sobre o assunto. Segundo o que David Hanson disse ao TED Talks, em seu estudo (realizado no Texas), 73% dos participantes não mostraram estranhamento a robôs semelhantes a humanos. Já no estudo de Edward Schneider, feito em Nova York, muitas pessoas não sentiram familiaridade com alguns personagens de video game.
(Fonte da imagem: Divulgação/Jorge Jimenez)
Quem sabe, a robótica realmente não consiga nos impressionar tão cedo, mas a tendência é que os jogos (como The Last of Us e os novos títulos de altíssima qualidade que vem aí) e os filmes (como
“Avatar” e outros tantos que usam a computação gráfica) cheguem a tal ponto que possam nos enganar perfeitamente. A tech demo da NVIDIA talvez seja o que temos de mais próximo da realidade:
Referência: TecMundo
Fontes: Popular Mechanics, BBC, TED Talks, Polygon
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