NOVA IORQUE, EUA, 11 de outubro (C-FAM) Sexta-feira tarde da noite, o último dia da reunião final numa série de conferências da ONU, autoridades africanas rejeitaram tentativas da ONU e de ativistas de direitos sexuais para promover a homossexualidade e o aborto.
A conferência da ONU para delinear uma agenda de desenvolvimento para a África concluiu numa colisão feroz entre valores regionais e as normas “progressistas” promovidas por agências da ONU sobre as questões polêmicas tais como o aborto e a orientação sexual. Os líderes africanos apareceram preparados para a reunião na Etiópia para rejeitar frases vagas promovidas pelos ativistas de direitos sexuais.
Num comunicado à imprensa, a Comissão Econômica da ONU para a África (CEONUA) observou que 17 países expressaram reservas sobre três dos compromissos no documento final, subestimando-o como “normal em tal tipo de negociações.”
A polêmica centrou na convocação de direitos humanos para todos “sem distinção de qualquer tipo,” uma frase que a CEONUA confessou como aberta a uma “interpretação elástica a significados que poderiam ser inaceitáveis na África por várias razões.”
O jornal Zambia Daily Mail foi mais explícito, noticiando que “a maioria dos delegados derrubou uma cláusula que buscaria promover direitos gays e lésbicos,” acrescentando que esse foi um “reflexo claro da posição da maioria dos países africanos sobre a homossexualidade.”
Para alguns, meramente apresentar uma reserva não era suficiente. O delegado do Chade disse, “Deve-se registrar que o Chade não tem parte nessa declaração,” acusando o documento de ser “um jeito sutil de introduzir algo que pode pegar alguns países de surpresa.”
Os delegados de outros países ecoaram essa preocupação, antecipando pressões para mudar leis nacionais de acordo com “o espírito dessa declaração.”
Alguns delegados também expressaram reservas sobre a linguagem relacionada ao aborto. O Sudão e o Egito frisaram que qualquer referência ao aborto deve estar “de acordo com as leis e políticas nacionais.”
Os diplomatas africanos não estão sozinhos. No mês passado, os bispos católicos da Nigéria divulgaram uma declaração denunciando “as tentativas contínuas de agências estrangeiras para introduzir valores prejudiciais em nossa sociedade em suas campanhas de aborto, distribuição de camisinhas e promoção de uniões homossexuais.”
Autoridades de 52 países africanos trabalharam no documento, chamado a Declaração de Addis Ababa. Não carrega o peso de um tratado, mas contribuirá para a agenda global de controle populacional e desenvolvimento além do aniversário de 20 anos em 2014 do Programa de Ação do Cairo.
Como o Friday Fax noticiou na semana passada, a combinação exclusiva de fertilidade e pobreza da África a torna um “campo prioritário de testes” para experimentos sociais e aumenta sua vulnerabilidade às pressões das agências internacionais, organizações da sociedade civil e governos que fazem contribuições.
A Coalizão Internacional de Saúde das Mulheres enviou equipes para Addis Ababa para conduzir um seminário de promoção de vários dias para equipar grupos na realização de uma campanha para promover direitos sexuais e reprodutivos, “inclusive acesso ao aborto seguro e legal.” Depois que a conferência terminou, Shannon Kowalski, diretor de promoção, expressou seu desapontamento no Twitter: “Ainda me sentindo traumatizado com o frenesi de ódio da semana passada.”
Até o momento da publicação desta reportagem, a declaração total e as reservas dos países não foram divulgadas. Um diplomata comentou que “algumas pessoas estão infelizes que as referências a certas tendências não apareciam na declaração e daí não estão com muita vontade de fazer propaganda delas.”
Fonte: Friday FaxTradução e Via: Julio Severo
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